domingo, 14 de agosto de 2011


Esta foi a minha parte de um trabalho que fiz com umas colegas para um projecto. A parte delas não está neste texto.
Preparar Os Jovens Para Criar O Próprio Emprego Será A Saída Para O Desemprego?
A crise e o desemprego que lhe está associado são termos que já entraram nas conversas dos portugueses, pelo eu não é necessário aqui discutir as suas causas, mas antes possíveis caminhos para melhorar a situação. Pretendemos debater a seguinte tese: preparar os jovens para a criação do próprio emprego é a solução! Mas é claro que NÃO temos soluções: apenas alguns caminhos para melhorar a situação, não nos atrevemos a pretender resolver o mal do país!
Antes de mais, analisemos alguns dados:
-nos cada vez menos frequentes anúncios de oferta de emprego, a formação mínima requerida é o 12º ano e pretende-se candidatos com idade até 35 anos. Tendo em conta que o 12º ano se obtém na escola, parece-nos que este é sem dúvida um bom lugar para preparar os jovens para ingressar no mundo do trabalho.
-já há muitos cursos profissionais do ensino secundário que não nsó conferem o 12º ano como também funcionam como formação profissional. A nossa escola tem até agora apostado naqueles que lhe parecem ter mais saída.
Contudo, hoje cingimo-nos não à procura de emprego mas antes à sua CRIAÇÃO.
Como a ideia nos parece muito aliciante, comecemos por analisar as VANTAGENS da criação do próprio emprego:
VANTAGENS

1.    Autonomia e liberdade. Parece-nos que a criação de emprego próprio tem a possibilidade de escolher projectos que agradem e interessem à população jovem. É mais fácil manter-se motivado e empenhado quando se faz o que se gosta!

2.    A certeza de que os lucros são para o empreendedor .


3.     Flexibilidade e simplicidade da estrutura. Num negócio por conta própria elimina-se à partida burocracias, as decisões são tomadas mais rapidamente, havendo maior coordenação e menos conflitos de poder.

4.    Estabilidade. A independência permite assumir compromissos a longo prazo e definir linhas globais para o crescimento do negócio. Por outro lado, também a cultura e os valores permanecem estáveis, o que possibilita uma maior solidez da estrutura empresarial.



5.     Também contribui para desenvolver o sentido de responsabilidade dos jovens;

6. Um jovem pode ter acesso ao microcrédito, que é uma forma de empréstimo que permite às pessoas que não conseguem arranjar crédito banrio obterem um financiamento para criar os seus negócios. . Em Portugal, o microcrédito tem vindo à desenvolver-se nestes ultimos anos, apoiado pelos maiores bancos portugueses, permintindo a muitos de criarem os seus próprios negócios
MICROCRÉDITO PORTUGUÊS
 Muitos portugueses não têm acesso ao crédito bancário.  O microcrédito existe em todo o país e os sectores abrangem várias áreas: alimentação, vestuário, pastelarias, bares, actividades de artesanato, cabeleireiros, construção civil…
A própria União Europeia aposta forte no microcrédito, que considera das melhores iniciativas para lutar contra o desemprego e contra as desigualdades. Por isso, criou o PROGRESS, que visa ajudar as instituições nacionais de microcrédito, e que entrou em vigor em Abril de 2010.
Claro que nem tudo são facilidades: é preciso pagar o crédito!
Ainda assim, poucos são os que recorrem  ao microcrédito. Por desconhecimento, ou por recusa das instituições, por serem projectos poucos viáveis, sem realismo.
Existem outros programas que podem ajudar o futuro empresário a criar o seu próprio negócio, como por exemplo o Programa de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego : são duas linhas de crédito, a “Linha Invest+”, e outra, mais vocacionada para o os desempregados, a “Linha Microinvest”.
COMO FAZER UM MICROCRÉDITO?
1º É preciso cativar a confiança da instituição que vai emprestar dinheiro.
2º Ter um projecto para a criação do seu próprio emprego, e acreditar nele.
3º A partir dessa ideia, falar com amigos e familiares, para darem ideias e ajudarem mas sempre com os pés bem assentes na terra.
  Quando o projecto estiver feito, é preciso ir ter com quem pode ajudar: a ANDC (Associação Nacional de Direito ao Crédito) cuja principal função é apoiar quem não tem acesso ao crédito bancário e querem montar uma empresa. A ANDC avalia o projecto, apoia o microempresário na preparação das suas candidaturas ao microcrédito e acompanha-o durante a desenvolvimento dos seus negócios.

Três bancos em Portugal concedem microcréditos, e trabalham com a Associação Nacional de Direito ao Crédito :
- Millennium BCP
- Caixa Geral de Depósitos (CGD)
 -Banco Espírito Santo (BES).
A decisão de atribuição do microcrédito está sempre dependente da aprovação de Comissão de Crédito, que faz parte da ANDC.
Os prazos para reembolso vão de 3 até 48 meses (4 anos).

Mas há mais opções:
-O INVEST + é uma linha de crédito concedida pelo IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional) que incentiva os desempregados a criarem o seu Próprio Emprego.
.-A ANJE (Associação Nacional de Jovens Empresários) pode ajudar na candidatura .Também dá apoio na criação de  PME (Pequenas e Médias Empresas) de forma gratuita, e até dá formação em áreas como:
  • Diagnóstico da situação da empresa; 
  • Plano estratégico de desenvolvimento;
  • Consultoria individualizada na empresa;
  • Formação à medida para gestores e colaboradores.
MAS ATENÇÃO: O número de vagas é limitado.
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Soubemos que a turma do 12º ano desta escola está envolvida num projecto de Empreendedorismo para aprender a criar empresas. Isto é mais uma prova de que a sociedade tem consciência da importância da formação dos jovens nesta área.
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Por outro lado, pensamos que a criação do próprio emprego não deve ser apenas no sentido de criar mais empresas semelhantes a tudo o que já existe, pois a crise não torna as coisas muito fáceis. Somos da opinião que é necessário ser-se criativo e tentar vencer pela diferença. É também aí, no desenvolvimento da criatividade, não só da autonomia e da capacidade empreendedora, que a escola deve apostar. Lembrámos-nos de alguns empregos que devem ter sucesso, por serem de áreas menos exploradas, e fáceis de criar:
- O serviço de  Babysitting, por exemplo, está pouco enraizado no nosso país. Poderia haver uma certificação de qualidade que desse garantias aos pais.
- Além do babysitting também podem fazer companhia aos idosos
- Petsitting: quem tem gatos sabe que eles não gostam de sair da sua casa; quando os donos precisam de se ausentar (fim-de-semana, férias,etc) é bom ter quem lá vá mudar a caixa de areia e dar de comer.
- Trabalhos artesanais como lembranças de casamentos, bolos artísticos, objectos de decoração…
-Animação de festas infantis,
-E, sem dúvida, pessoas que executem trabalhos que cairam quase em desuso: jardineiro, reparador de electrodomnésticos, etc.

Descobrimos alguns empregos NOVOS nesta linha da criatividade:
- Personal Trainer (que se deslocam a casa dos clientes)
- Estacionador nas áreas muito movimentadas, podemos para o nosso carro à porta de um sítio e alguém nos vem recolher o automóvel e levá-lo para um sítio onde seja permitido estacionar, Depois, trazem o carro à hora combinada.
-  Em aeroportos os preços de estacionamento são caros e já há quem faça um serviço parecido: recolhe o carro e leva-o para um estacionamento mais barato.
Conselheiro de imagem: num shopping, alguém a quem pagamos ajuda-nos a escolher as roupas mais adequadas à nossa imagem ou ao estilo que pretendemos adoptar.
DESVANTAGENS
-Criar o próprio emprego nem sempre é sinónimo de sucesso, e depois pode haver  despesas a pagar, mesmo sem lucro
- o salário no início poderá nem existir;
- inicialmente, haverá uma sobrecarga de trabalho muito grande (especialmente burocrático )
- O horário. Apesar de poder gerir o seu dia com total autonomia, a verdade é que uma actividade por conta própria exige uma dedicação a 100%. Por vezes, terá de trabalhar várias horas por dia, ou mesmo os sete dias da semana, num ritmo exigente
-O risco associado ao negócio próprio. É necessário estar preparado para lidar com os diferentes obstáculos que surjam no seu caminho e ter capacidade de ultrapassar os momentos de incerteza com uma dose de optimismo.

-Estabelecer-se no mercado. Nem sempre é fácil encontrar projectos e clientes. A maior parte dos jovens/desempregados acaba por desenvolver o seu negócio através do “passa-palavra” de clientes, não sabendo divulgar a sua actividade em meios alternativos.

EM SÍNTESE
Em tempos de crise, com a taxa de desemprego próxima dos 11%, criar o próprio posto de trabalho pode ser uma saída. Existem apoios do Instituto de Emprego e Formação Profissional, DA Anje, etc, mas mesmo assim não é fácil enveredar por este caminho. Além de tudo, o medo de insucesso, bem como a falta de informação e formação na área do empreendedorismo, são entraves.
Contudo, a nossa posição é que Preparar Os Jovens Para Criar O Próprio Emprego pode não ser uma solução milagrosa mas é certamente um caminho muito válido para combater o Desemprego. Somos por conseguinte a favor da tese inicial.
MERECEMOS GANHAR o DEBATE PORQUE
- Respeitámos o tema dado: apresentámos argumentos a favor e contra a criação do próprio emprego, e, apesar de termos encontrado argumentos válidos para refutar a tese, não consideramos que sejam um entrave, mas antes motivos para que quem pretende criar o seu próprio emprego pense muito bem e pondere todos os factores para não se lançare levianamente num projecto. É claro que há riscos, mas é precisamente por isso que defendemos a necessidade de preparar os jovens para a criação do próprio emprego. Com formação apropriada, serão mais elevadas as hipóteses de sucesso.
Acima de tudo, deixámos claro que não se pode esperar que um emprego caia do céu: as coisas já não são como no tempo dos nossos avós, nem uma licenciatura significa emprego, por isso, há que ser ousado!

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